No coração do Brasil, o Distrito Federal (DF) enfrenta um desafio de saúde pública que demanda nossa atenção imediata: a dengue. A recente aprovação e distribuição da vacina Qdenga pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ocorrida em março de 2023, marcam um avanço significativo na luta contra esta doença, que tem afetado não somente o DF, mas todo o país. Com a campanha de vacinação inicialmente direcionada a crianças de 10 e 11 anos, surge uma oportunidade crucial de
proteger nossos jovens contra um dos maiores riscos à saúde pública na atualidade.
Contudo, ao lado da esperança, proliferam dúvidas e fake news, potencialmente desviando as famílias do caminho da prevenção. É essencial, portanto, esclarecer, educar e incentivar mães e pais a fazerem a escolha correta: vacinar seus filhos.
Segundo dados recentes do Ministério da Saúde, o DF registrou um coeficiente de incidência alarmante de 1.771,9 casos por 100 mil habitantes — o maior do país — com 49.915 casos prováveis de dengue. Esse aumento expressivo em 2024 evidencia a urgência da vacinação e a importância de compreender que a dengue não escolhe suas vítimas, sendo a prevenção por meio da vacinação o método de combate mais eficaz.
A vacina Qdenga, indicada para uso em pessoas de 4 a 60 anos, independente de exposição prévia à dengue, é um avanço notável. Sua eficácia, comprovada em estudos clínicos abrangendo mais de 28.000 participantes, mostra-se uma ferramenta poderosa no combate aos quatro sorotipos do vírus da dengue.
Muitos pais têm preocupações legítimas quanto à segurança e aos efeitos da vacina. É crucial enfatizar que a ANVISA, em conjunto com renomadas instituições de saúde globais, atesta a segurança e eficácia da Qdenga, com eventos adversos rigorosamente monitorados, assegurando transparência e proteção à população vacinada.
A dengue pode acarretar complicações graves e até fatais, sobretudo em crianças. Portanto, vacinar não é apenas um ato de proteção individual, mas um compromisso com a saúde coletiva. Contribuímos para a imunidade de rebanho, fundamental na erradicação da circulação do vírus.
As fake news e o medo não devem nortear essa decisão crucial. Como sociedade, devemos buscar informações de fontes confiáveis e basear nossas ações em evidências científicas. Instituições como a ANVISA, o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS) são referências seguras
de informação.
Cabe agora aos pais e responsáveis agir com base na ciência e na saúde, superando o medo e a desinformação, e levar as crianças para serem vacinadas — um ato de amor e proteção.
A Secretaria de Saúde do DF apresentou ações a fim de facilitar o acesso à vacinação, com várias unidades básicas de saúde (UBS) preparadas para receber a população, inclusive com horários estendidos e durante o carnaval, garantindo que todas as crianças elegíveis sejam vacinadas.
Diante dos dados alarmantes sobre a dengue no DF, a hesitação não é uma opção. A vacinação comprovadamente salva vidas.
Finalizo com um convite ao diálogo e à educação. Vamos, como comunidade, unir forças contra a dengue, armados com nossa melhor ferramenta: a vacina. É tempo de proteger nossos filhos, nossas famílias e nosso futuro contra a dengue. A ciência nos oferece uma solução eficaz; cabe a nós aceitá-la e agir.
Fontes:
● Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), 2023.
● Ministério da Saúde do Brasil (MS), 2024.
● Organização Mundial da Saúde (OMS), 2023.
● Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), 2024.
COLUNISTA
Gabriel Pimentel da Silva
Gabriel Pimentel da Silva, Administrador concursado na Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), com mais de duas décadas de experiência em gestão pública e hospitalar. Atualmente interno de Medicina do CEUB, é especialista em Administração Pública pela FGV, com mestrado em Gestão Econômica de Finanças Públicas pela UNB, e pós-graduado em Saúde Pública e Coletiva pela UniAmérica. Destaca-se pela liderança em ações e projetos estratégicos e pela promoção de inovações no setor de saúde pública, visando a excelência operacional e a melhoria contínua dos serviços de saúde.
