O Impacto do Alcoolismo na Sociedade Contemporânea: Uma Doença Silenciosa que Atravessa Todas as Classes Sociais
O consumo de álcool entre jovens tem aumentado de forma alarmante nas últimas décadas. Isso reflete alguns tipos de mudanças culturais, sociais e econômicas que deixam a sociedade, muitas vezes, vulnerável ao apelo do consumo como forma de inclusão. Esse fenômeno não apenas compromete a saúde individual dos jovens de todas as classes sociais, mas também impõe sérios desafios à saúde pública, saúde mental e segurança pública. O alcoolismo, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde como uma doença, insinua-se gradativamente no cotidiano e exige uma análise crítica e atenção multidisciplinar.
Um estudo recente da Fiocruz indica que o consumo de álcool resulta em 12 mortes por dia no Brasil. De acordo com dados do Vigitel, 35,4% da população entre 25 e 34 anos consome bebidas alcoólicas regularmente nas capitais brasileiras, enquanto, para a população acima de 65 anos, essa taxa é de 17,6% em 2023.
Os dados apontam que o consumo de álcool começa em idades cada vez mais precoces. Esse aumento é impulsionado por fatores como a influência das mídias sociais, a inclusão em certos círculos sociais, a publicidade agressiva de bebidas alcoólicas e a normalização do consumo em ambientes familiares. A exposição precoce ao álcool pode levar os jovens a desenvolver padrões de consumo problemáticos capazes de acarretar o alcoolismo.
Reconhecido como uma doença crônica com sérias consequências para a saúde, o alcoolismo afeta diretamente o sistema nervoso central. O uso excessivo de álcool está associado a várias doenças, como cirrose hepática, problemas cardíacos, câncer, transtornos mentais e complicações sexuais. Entre os jovens, o aumento do consumo traz problemas relacionados ao desenvolvimento neurológico e impacta a capacidade de aprendizado e de tomada de decisões. Nesse sentido, a saúde pública enfrenta um desafio que envolve a criação de estratégias de prevenção e intervenção eficientes para o problema.
A relação entre alcoolismo e saúde mental é inegável. O álcool é frequentemente utilizado como uma válvula de escape para problemas emocionais e psicológicos, em uma espécie de ciclo vicioso em que o consumo intensifica os problemas de saúde mental, e estes, por sua vez, intensificam o consumo de álcool. O resultado é um aumento nas taxas de depressão, ansiedade e outros transtornos, sobrecarregando os serviços de saúde mental, que muitas vezes não dispõem de estrutura adequada. O impacto do alcoolismo sobre as famílias é devastador, e a falta de apoio e capacitação dos profissionais de saúde agrava o problema, tornando-o um desafio ainda mais difícil de enfrentar.
Além de comprometer a saúde do indivíduo, o alcoolismo afeta significativamente a segurança pública. Muitos profissionais das forças de segurança, por exemplo, enfrentam sérios problemas com o consumo de álcool. O consumo excessivo está frequentemente associado a comportamentos violentos, acidentes de trânsito e perdas de emprego, o que pressiona os sistemas de justiça criminal e os serviços de emergência.
O alcoolismo é uma doença que se introduz silenciosamente na sociedade, afeta a juventude e reverbera em múltiplas esferas sociais. A publicidade de bebidas alcoólicas ainda é veiculada de forma atrativa e acessível, especialmente em dispositivos móveis, o que representa um grande desafio. Para enfrentar essa questão, é necessária uma abordagem integrada que inclua educação, políticas públicas eficazes e promoção de ambientes saudáveis. Combater o consumo precoce de álcool e prevenir o alcoolismo deve ser prioridade para assegurar o bem-estar das próximas gerações. Com uma abordagem proativa, podemos mitigar os impactos negativos do alcoolismo na sociedade e construir um futuro mais saudável para todos.
Por Lusimar Arruda
Deputado Distrital Suplente
Especialista em Dependência Química
COLUNISTA
Jabá Lusimar Arruda
Lusimar Torres Arruda, 2° Sgt PMDF RR, Pedagogo, Tecnólogo em Educação, Docente do Ensino Superior, Especialista em Dependência Química e Multiplicador da Filosofia de Polícia Comunitária.